Notícia  /  27.11.2020

XXXI Sessão Anual registou 200 participantes

Com as adaptações impostas pelo contexto de pandemia que se vive, a XXXI Sessão Anual da Academia Olímpica de Portugal teve lugar nos dias 25 e 26 de novembro, em formato de reunião «on-line», subordinada ao tema geral «Educar pelo Olimpismo». Organizado em parceria entre a AOP e o Instituto Politécnico de Beja, o encontro mobilizou cerca de duzentos participantes e teve um programa concretizado em quatro conferências, uma apresentação de relatório e duas mesas-redondas com atletas olímpicos.

Na jornada inicial, Gustavo Marcos elucidou os presentes sobre os aspetos históricos e filosóficos mais significativos dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e da era moderna. Para este vice-presidente da AOP e fundador dos Jogos de Quelfes, as duas grandes fases dos Jogos Olímpicos têm uma linha de continuidade mas distinguem-se por algumas diferenças: enquanto na antiguidade grega, os Jogos Olímpicos eram uma celebração religiosa marcada pelo espírito nacionalista (pan-helénico) onde a competição exigia o objetivo único da vitória e os resultados tinham carcáter absoluto, os Jogos modernos são um evento laico de caráter internacionalista, nascidos sob o princípio ético de que o importante não é a vitória mas a participação, tendo os resultados um valor relativo (por comparação que determina os recordes).

Por sua vez, Tiago Viegas apresentou a Academia Olímpica de Portugal e a Academia Olímpica Internacional (AOI), descrevendo as origens e a missão de cada uma dessas entidades, movidas pelo objetivo de disseminar os valores éticos associados ao Olimpismo e estudar o fenómeno olímpico. O presidente da AOP fez referência às principais atividades desenvolvidas pela Academia Olímpica, chamando a atenção para a distribuição da ação pelo território nacional e para o papel internacional da AOP.

Participante indicado pela AOP para a 59.ª Sessão para Jovens da AOI (2019), Martim Ramôa descreveu a experiência de participação no encontro anual de jovens em Olímpia (Grécia), sublinhando o ambiente inesquecível vivido durante duas semanas no berço dos Jogos da Antiguidade, num processo de aprendizagem e de troca de conhecimentos e experiências.

Na primeira mesa-redonda com atletas olímpicos, a marcadora Susana Feitor e o canoísta Fernando Pimenta partiram das respetivas experiências desportivas e olímpicas para uma reflexão sobre o papel dos atletas na sociedade e em especial no processo de formação dos jovens. Ainda que sem presença direta na sessão, a nadadora Maria Carlos Santos enviou previamente um conjunto de tópicos relacionados com o tema da edução pelo desporto e pelo Olimpismo que serviu de ponto de partida para a conversa.

Já na segunda jornada, os trabalhos foram abertos com uma comunicação de Alexandre Mestre sobre a Carta Olímpica, numa apreciação à luz dos direitos humanos. O antigo dirigente da AOP apresentou a Carta Olímpica como uma espécie de constituição que norteia a ação do Movimento Olímpico, estabelecendo os princípios do seu funcionamento. Alexandre Mestre identificou várias passagens do documento normativo olímpico de que resulta direta ou indiretamente a defesa e a promoção dos direitos humanos. Entre outras, o orador deixou a sugestão de que o Comité Olímpico Internacional defenda junto das Nações Unidas que os países consagrem o desporto no respetivo ordenamento jurídico como direito fundamental dos cidadãos.

Teresa Rocha deu a conhecer a personalidade de Pierre de Coubertin, lamentando o facto de o principal responsável pelo restabelecimento dos Jogos Olímpicos na era moderna ser um ilustre desconhecido mesmo entre agentes do Movimento Olímpico, mas também entre treinadores, professores e atletas. A professora e também treinadora de andebol fez ainda referência a várias vertentes da atividade do barão de Coubertin, sublinhando a ação no domínio pedagógico.

Finalizando a sessão, a segunda mesa-redonda com atletas olímpicos permitiu ao ciclista David Rosa, ao velejador João Rodrigues e ao judoca Pedro Dias uma animada troca de ideias sobre a educação para, pelo e com o desporto, mote proposto no início de uma conversa que não deixou de passar pelos grandes momentos de cada um dos atletas nos respetivos percursos desportivos e olímpicos.

A XXXI Sessão Anual da AOP teve o apoio do Comité Olímpico de Portugal e a colaboração da Comissão de Atletas Olímpicos e do Comité Português Pierre de Coubertin, tendo mobilizado sobretudo alunos e professores do Instituto Politécnico de Beja e de escolas profissionais e secundárias de Beja, Cuba e Vidigueira.

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